top of page

Cultura - Forró

      O forró nordestino é uma das expressões culturais mais importantes e populares do Brasil. Com sua música animada e dançante, esse gênero musical tem raízes profundas na cultura do Nordeste brasileiro e é considerado hoje um patrimônio cultural do país.

     O termo forró pode servir tanto para designar o ritmo musical, o estilo de dança ou mesmo a festividade em que acontece.

     A palavra forró é derivada do nome “forrobodó”, que significa confusão, farra, arrasta-pé (as pessoas costumavam dançar de corpos colados, arrastando os pés a fim de evitar que a poeira do chão de terra batida subisse, daí o termo rastapé ou arrasta-pé). De acordo com historiadores, o termo forró chegou ao Brasil no século XIX, junto com os escravos africanos, na região de Pernambuco, onde eram realizados bailes populares.

Foi a partir de 1950 que a história do forró começou a ganhar força em todo o cenário nacional. Isso porque no ano de 1949, o cantor e compositor Luiz Gonzaga gravou a música “Forró de Mané Vito”, que caiu no gosto do povo. Foi ele quem popularizou a sanfona, ou acordeom, e desde então, o ritmo passou a ser reconhecido por todos os cantos do Brasil.

No início, as letras das composições costumavam retratar os hábitos e costumes do povo nordestino e do sertão, desde as alegrias até as tristezas e dificuldades. Falava-se de amor, lembranças e saudades da terra.

 

O forró é popularmente associado a outros gêneros: o xote, o xaxado e o baião. Neles, a base instrumental utilizada é a sanfona, o triângulo e a zabumba.

 

Baião

O Baião é um ritmo musical e de dança do nordeste brasileiro, com origens no Lundu Africano e nas danças indígenas. Antes de sua popularização no Sudeste, o Baião já era cantado por violeiros, bandas e conjuntos do interior nordestino.

 

Xote

A origem da palavra "xote", ou "xótis", remonta à dicção popular alemã "schottische", que deu origem a essa expressão. O xote é uma dança de salão que se assemelha à polca, mas é executada em um ritmo mais lento. Originária da Alemanha, a dança se espalhou pela Europa e chegou ao Brasil, no século XIX, onde foi adotada pela aristocracia para animar seus salões. Com o tempo, o xote se popularizou em todo o país, assumindo características distintas em cada região brasileira.

Xaxado

A versão mais aceita da origem do xaxado diz que ele teria vindo do Cangaço. Como não havia mulheres nos bandos de cangaceiros, eles dançavam com seus rifles em momentos comemorativos. Com a vinda das mulheres aos grupos, estas começaram a entrar na dança também. 

 

É possível dizer que a história do forró possui três fases distintas. A primeira foi marcada na década de 50, com Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”, que foi o responsável por “abrir as portas” para outros artistas do Nordeste como Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, Sivuca, dentre outros.

                      A partir da década de 70, alguns artistas começaram a inovar na musicalidade, misturando os ritmos do pop rock com o forró tradicional. Destacaram-se nessa segunda fase Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Gilberto Gil, e Nando Cordel. Em meio a transição para a terceira fase, vale destacar alguns nomes regionais que se consagraram no chamado forró universitário. São eles: Alcimar Monteiro, Petrúcio Amorim e Jorge de Altinho.

     A terceira geração do forró teve início nos anos 90 e ficou conhecida pelo estilo do forró eletrônico, que substituiu a tradicional sanfona pelo órgão eletrônico. Nessa fase, os artistas incorporaram elementos de outros gêneros musicais ao forró, como o sertanejo romântico, o que resultou em um ritmo mais estilizado. Dentre as bandas que se destacaram e representam essa fase do forró estão Mastruz com Leite, Magníficos, Calcinha Preta, Aviões do Forró, entre outras que fizeram sucesso em todo o país.

     O forró nordestino é uma expressão cultural única e rica, que continua a encantar e animar pessoas de todas as idades e regiões do país. Sua história é um testemunho da riqueza e diversidade cultural do Brasil, e deve ser preservada e celebrada pelas gerações futuras.

bottom of page